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Encontro debate impactos da anemia falciforme
13/11/2019 | 17h56
Encontro debate impactos da anemia falciforme

A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Saúde, promoveu nesta quarta-feira (13), o “Encontro sobre conscientização e impacto da doença falciforme”, que levou mais de 80 pessoas ao plenário da Câmara Municipal. A abertura do evento foi realizada pelo secretário da pasta, Vitor Santos, e pela chefe da Divisão de Controle de Zoonoses e integrante do Comitê Técnico de Saúde da População Negra, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa. Prestigiaram a iniciativa, os vereadores Jorge de Freitas e Waguinho da Santa Luzia.

A anemia falciforme é uma doença genética, predominante em afrodescendentes, que também pode manifestar-se em indivíduos brancos. É caracterizada por uma deformação nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirindo o aspecto de uma foice – daí o nome falciforme. Essas células têm dificuldade de passar pelas veias, ocasionando entupimentos (trombos) e muitas dores, principalmente nos ossos.

O secretário de Saúde, assim como a chefe de Zoonoses, ressaltaram a relevância do tema como forma de conscientização e agradeceram a presença de todos. “Tão importante quanto o tratamento da anemia falciforme é a prevenção, e para que isso ocorra, é preciso identificar as pessoas com o chamado traço falciforme”, frisou Vitor Santos.

Indivíduos com o “traço falciforme” herdam de um dos pais o gene para hemoglobina A (normal), e do outro, o gene para hemoglobina S (característica da anemia falciforme). Essas pessoas são portadores de hemoglobina AS, porém, não desenvolvem a doença. No entanto, podem transmitir o gene com a mutação para as gerações seguintes.

Após a abertura, o médico hematologista da rede de saúde, João Paulo Marques Bighetti, fez uma explanação sobre o tema, destacando os sintomas mais característicos: fadiga intensa, palidez e icterícia, atraso no crescimento, feridas nas pernas, risco aumentado de infecções, dores ósseas e articulares, entre outros.

O médico também alertou para as complicações de saúde decorrentes da falta de tratamento e do diagnóstico tardio. “Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 25% das crianças não diagnosticadas morrem até os 5 anos de vida”, observou. Atualmente, Bighetti faz o acompanhamento de 20 pacientes, no Ambulatório de Hematologia da prefeitura. “Eventos dessa natureza são importantes tanto para os pacientes que não sabem que têm a doença, como para aqueles que não sabem onde encontrar o tratamento”, frisou.

Na sequência, a coordenadora da Associação Pró-Falcêmicos (Aprofe), Sheila Ventura Pereira, fez uma palestra, intitulada: “Abordagem e impacto da anemia falciforme na atualidade”. Sheila contou que recebeu o diagnóstico da doença aos sete anos, quando estava internada em um hospital. Ela disse que até então, recebera tratamento para reumatismo, em razão das intensas dores que sentia.

Na entidade, ela e outros voluntários fazem o acolhimento de pacientes e seus familiares, que muitas vezes também são portadores de anemia falciforme. A coordenadora ressaltou que a Aprofe organiza rodas de conversa sobre o tema e outras atividades para levar informação sobre a doença à população, além de lutar por políticas públicas de saúde. “Apesar de ser uma doença antiga, muitas pessoas ainda a desconhecem. A busca ativa de pacientes é fundamental, para que eles possam procurar o tratamento”, disse Sheila.

Campanha:

Até o dia 29, todo indivíduo de ascendência negra com episódios de anemia desde a infância ou histórico familiar da doença deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, para realizar o exame de sangue (falcização) capaz de detectar a enfermidade. A coleta é realizada das 7h às 9h. Não é necessário jejum nem agendar consulta. Basta apresentar Cartão SUS e documento com foto.

 

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