A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Saúde, lançou uma campanha contra sífilis congênita (transmitida na gravidez), nesta terça-feira (18), durante uma coletiva de imprensa realizada no Paço Municipal. Até o dia 28, os Centros de Saúde da Família e o Laboratório Municipal farão exames de sangue para detectar a doença, sem a necessidade do pedido médico.

O público-alvo da campanha são as gestantes, considerando-se o risco de transmissão aos bebês. No ano passado, foram registrados em Limeira 37 casos de sífilis congênita. Neste ano, já são 11 casos. Segundo o secretário de Saúde, Gerson Hansen Martins, o objetivo é que todas as gestantes do município façam o exame de sífilis, incluindo aquelas que têm planos privados.

“Sífilis congênita é extremamente grave, a criança precisa ficar 10 dias internada, tomando penicilina”, alertou o secretário. Além disso, pode provocar lesões cerebrais, surdez, cegueira, deformidades esqueléticas, aborto ou até mesmo a morte do bebê.

Dr. Gerson destacou que a sífilis é uma das enfermidades mais antigas do mundo e tem se alastrado mais recentemente, sobretudo na gestação, entre adolescentes e jovens na faixa dos 16 aos 25 anos, usuários de drogas – onde há maior risco de sexo sem proteção – e idosos que apresentam vida sexual ativa.

Além da transmissão durante a gravidez, o contágio da doença pode ocorrer por meio de sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Portanto, a prevenção requer o uso de preservativo e o acompanhamento da gravidez, com realização de exames no primeiro e no terceiro trimestre de gestação e na hora do parto. Caso a doença seja detectada, o parceiro também precisa ser tratado, para evitar que a gestante seja reinfectada.

A doença apresenta três estágios de evolução, primário, secundário e terciário. Os primeiros sinais aparecem em média 21 dias após o contágio, na forma de pequenas lesões (feridas) nos órgãos genitais, caroços nas virilhas (ínguas), manchas em várias partes do corpo e queda de cabelo. “Na sífilis primária, o indivíduo acaba não se tratando, porque não sente dor e os sintomas desaparecem, mesmo assim, a transmissão ocorre”, frisou o secretário.

Ele observou que a sífilis pode ficar estacionada durante anos, até o momento em que surgem complicações graves. “Na fase terciária, que pode se manifestar 30 ou 40 anos depois, a doença pode alterar a estrutura óssea, ocasionar problemas cardíacos e demência, entre outros”.

Nos Centros de Saúde da Família, os exames serão coletados às 7h. No Laboratório Municipal, das 10h às 15h. É necessário apresentar Cartão do SUS e documento de identidade. O procedimento dispensa o jejum. O resultado sairá em até 15 dias, e em caso positivo, a gestante será encaminhada para tratamento. A Vigilância Epidemiológica também fará a busca ativa de parceiros contaminados, para evitar a cadeia de transmissão. O tratamento da sífilis durante a gravidez é feito com penicilina.

Serviço para coleta de exames, até 28 de abril:

- Centros de Saúde da Família, de segunda a sexta-feira, às 7h.

- Laboratório Municipal, de segunda a sexta-feira, das 10h às 15h. O laboratório localiza-se na Rua João Machado Gomes Júnior, 54, Vila Cláudia (entrada pela Rua Piauí).