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INTIMISTA
Finalização de oficina contagia público com releitura de Oswald de Andrade
01/09/2022 | 15h45
Finalização de oficina contagia público com releitura de Oswald de Andrade

Quatro meses de oficina foram mais que suficientes para a realização magistral do espetáculo “Ensaio sobre A Morta”, uma releitura da obra de Oswald de Andrade. De caráter intimista, já que o público e o elenco se acomodaram no palco, a apresentação recebeu cerca de 100 pessoas, O espetáculo foi resultado da oficina de montagem teatral realizada por Rafaella Uhiara, na Escola Municipal de Cultura e Artes Maestro Mario Tintori (Emcea), equipamento da Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Cultura. Com elenco composto por Rogerio Barrel, Bianca Pelizari, Felipe Cardoso de Moraes, Silas Medeiros e Anna Karoline Moreira, a encenação atualizou as discussões propostas pelo autor há quase um século.

O diretor de Formação para as Artes, Ronald Gonçales, enalteceu o trabalho realizado por Rafaella nesta oficina. "Para nós da Secretaria de Cultura, é uma honra propor uma troca tão valiosa com uma profissional extremamente competente como Rafaella, que hoje é um dos nomes mais expoentes do teatro limeirense", disse. Na oportunidade, Gonçales representou o Prefeito Mario Botion e o secretário de Cultura José Farid Zaine. 

Diversas oficinas culturais foram propostas pela Secretaria de Cultura desde o início do ano, com recursos oriundos somente do município. "Essa ações são um braço do nosso Departamento de Formação para as Artes, abrangendo linguagens artísticas diversas, como o teatro, a música, a fotografia, questões LGBTQIA , artesanato e dança. Algumas delas foram levadas a bairros de Limeira. A descentralização é uma iniciativa do chefe do Executivo e do secretário da pasta, visando a democratização do acesso às artes para a população de uma maneira geral", completou Gonçales.

 

ENSAIO SOBRE A MORTA

A coordenadora da oficina propôs o texto “A Morta – ato lírico em 3 quadros”, a fim de gerar um convite à imersão no universo do modernismo brasileiro, no centenário da semana de 1922. “Mais do que ensaios onde os atores decoram suas falas e marcações, esse processo cria um ambiente propício para descobertas e debates, estimulando os participantes a estarem ativos na criação e reflexão artística e a se apropriar da obra e do processo de criação a partir de um diálogo com a peça de Oswald de Andrade”, disse Rafaella.

Bê Helena foi uma das participantes da oficina, colaborando como elenco, parte técnica, comunicação gráfica e operadora de luz. “A oficina é um processo, foram meses de leitura e conversa para uma construção que, mais do que refletir o próprio texto do Oswald, refletiu a composição desse grupo, o que cada um trouxe e conseguiu entrelaçar em conjunto”, comentou.

A montagem foi além ao propor reflexões sobre a produção de arte contemporânea. “O processo de estudo sobre ‘A Morta’ trouxe reflexões importantes a respeito daquilo que entendemos hoje, o significado de produção de arte. Levantar questões assim só enriquece o repertório de quem produz arte e para quem produz”, compartilhou o aluno Rogério Barrel.

A peça foi escolhida em menção ao centenário da Semana de Arte Moderna. “Foi gratificante conseguir trazer pros dias atuais, com jogos cênicos um texto tão complexo e importante sobre o modernismo brasileiro”, disse o participante da oficina, Felipe Moraes. “Foi um processo intenso. Tivemos a oportunidade de destrinchar um texto difícil e compreender suas semelhança com a atualidade em que vivemos, de forma igualitária, onde todos puderem colocar suas ideias. O grupo com personalidades e pensamentos diversos compôs muito bem o texto de Oswald”, finalizou a aluna Bianca Pelizari.

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