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Grupo da terceira idade revela amor pelo teatro
26/08/2022 | 08h33
Grupo da terceira idade revela amor pelo teatro

“A arte muda as pessoas, pode mudar até o mundo.” É com essa afirmação que Aparecido Franco, de 76 anos, define sua experiência com o teatro. Ele é um dos oito alunos do “Grupo de Teatro Terceiro Sinal” que se reúne às segundas, no palco do Teatro Vitória, para aulas com o professor Lucas Rodrigues da Conceição, da Escola Municipal de Cultura e Artes Maestro Mário Tintori (Emcea), da Prefeitura de Limeira.

Aparecido conta que participava de um grupo de coral, quando em 2012 resolveu se inscrever na Emcea. “Tinha curiosidade. Agora faço os dois, o coral e o teatro”, diz. Nesse movimento em direção às artes cênicas, ele não seguiu só. A esposa, Maria Salete, de 70 anos, acompanha-o desde o início.

Ao longo de uma década dedicada ao teatro, ele relembra uma das montagens mais marcantes, a adaptação de “Morte e Vida Severina”, obra-prima do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto. “É uma peça que falava do Nordeste, da terra, do chão. Foi muito bonito, não esqueço nunca”, relata.

Atualmente, os atores ensaiam a montagem em comemoração aos 15 anos de existência do grupo. Será uma releitura da primeira peça levada ao palco, em 2008, intitulada “A terceira curva”. O roteiro é baseado na história de vida dos próprios integrantes. A apresentação está prevista para o final do ano. “A gente se sente valorizado, a alma fica mais leve", conclui Aparecido.

Outra atriz da terceira idade, Maria Nazareth Camilo, de 88 anos, é a aluna mais experiente da trupe. Desde 2007 na Emcea, ela mostra que todas as idades são bem-vindas ao universo da arte. Depois que se aposentou e o marido morreu, ela relata que começou a se sentir sozinha. “Para não ficar vazio”, ela entrou em um grupo da terceira idade, quando ficou sabendo que a prefeitura estava criando um curso de teatro para idosos. “Toda segunda, a gente se reúne, encontra as colegas, é uma satisfação”, comenta sobre as aulas de teatro. “Faz bem para saúde, para a cabeça. São horas que passo sem tristeza”, completa.

Na direção do grupo há 10 anos, Lucas estudou teatro na própria Emcea, onde mais tarde foi contratado como professor. No momento, ele faz graduação em Artes Cênicas em uma faculdade privada. “É muito gratificante, tenho me surpreendido a cada encontro. É um aprendizado”, avalia a respeito do trabalho desenvolvido com a turma do “Terceiro Sinal”.

Lucas é um professor “linha dura” na visão de seus alunos. Com uma voz forte, ele coordena a entrada dos atores em cena, corrige o posicionamento deles no palco, cobra a exatidão das falas e da movimentação pelo espaço cênico. “Eles se envolvem, se entregam, são os melhores alunos que eu tive até hoje. A cada ano eles surpreendem mais e mais, são meus xodós”, revela.

Serviço:

Ao todo, 69 alunos estão matriculados nos cursos de teatro da Emcea. Atualmente, as turmas preparam-se para as apresentações de fim de ano. O período de inscrições abre geralmente em dezembro e janeiro e será divulgado pela Secretaria de Comunicação Social.

 

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