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Em iniciativa inédita, plano municipal de arborização urbana deve virar lei
20/02/2020 | 16h25
Em iniciativa inédita, plano municipal de arborização urbana deve virar lei

 

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura tem concentrado esforços em fazer de Limeira uma cidade mais arborizada. Pensando nisso, o novo Plano Municipal de Arborização Urbana será submetido à aprovação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) na próxima quinta-feira (27). Após a aprovação do Comdema, o material será enviado à Câmara Municipal e poderá, pela primeira vez, se tornar legislação.

 

Para o secretário Paulo Trigo, o intuito é criar um instrumento legal para garantir que o plano seja seguido, independente das mudanças de gestão. O documento dá as diretrizes para o plantio de árvores até 2040. Trigo ressalta que o novo plano de arborização foi embasado em dois estudos amplos. “As tomadas de decisão para a elaboração do plano foram fundamentadas em dados científicos, o que nos dá a segurança de que as ações trarão benefícios ambientais para a população de Limeira”, afirma.

 

O primeiro estudo é o Censo Arbóreo, que diagnosticou toda a área urbana de Limeira. Em parceria com a Faculdade de Tecnologia da Unicamp, foram catalogadas 73 mil árvores. O segundo estudo, realizado em parceria com o Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP, mapeou as áreas prioritárias de plantio. Com o título “Quantificação da cobertura do solo e locais prioritários para arborização urbana para o município de Limeira (SP)”, a pesquisa foi desenvolvida pela doutoranda Bruna Arantes, Dr. Jefferson Lordello Polizel e Prof. Dr. Demóstenes Ferreira da Silva Filho, e foi apresentado em congressos nacionais e internacionais. Em 2019, foi premiado como o segundo melhor trabalho apresentado no 4º Encontro da Regional Sul da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.

 

CENSO ARBÓREO

 

O Censo Arbóreo teve início em 2017 e mapeou 73 mil árvores em toda a extensão urbana de Limeira. O estudo foi realizado em quatro etapas e mobilizou cerca de 50 estagiários voluntários da Faculdade de Tecnologia da Unicamp. Entre as espécies mais encontradas, estão a Falsa Murta (Murraya paniculata) e o Ligustro (Ligustrum lucidum). Pata de Vaca (Bauhinia variegata), Oiti (Licania tomentosa) e diferentes tipos de Ipês também aparecem com frequência.

 

O estudo identificou que o estado geral de 90% das árvores é considerado ótimo (50%) e bom (40%). Além disso, em 72% dos casos, não há conflitos com estruturas urbanas, como calçadas e fiação elétrica. Os dados foram cadastrados em um aplicativo para smartphones, que foi desenvolvido pelo departamento de Educação Ambiental. O software também permite cadastrar cada árvore com suas coordenadas geográficas capturadas por GPS.

 

LOCAIS PRIORITÁRIOS

 

A pesquisadora Bruna Arantes concluiu em seu trabalho que a região central é a que possui menos árvores e áreas gramadas, devendo ser o principal alvo das ações de arborização da cidade. De acordo com o estudo, com apenas 13% de cobertura arbórea não distribuída de forma homogênea por toda a cidade, os benefícios ambientais prestados pelas árvores e gramados pode ficar comprometido. Bruna indica que nesses locais sejam pensadas formas criativas de canteiros, como o “espaço árvore” em razão da ausência de espaço físico.

 

Entre as metas do plano, está aumentar o coeficiente de projeção de copa a no mínimo 25% dentro dos próximos 20 anos, o que significa dobrar a quantidade de árvores plantadas na área urbana. Por ano, deve ocorrer o plantio de 3.500 mudas. De acordo com a literatura científica, a partir dessa quantidade, toda a população passa a de fato se beneficiar dos serviços ambientais prestados pelas árvores.

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