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Alunos abrem cápsula do tempo e revelam memórias e sonhos para o futuro
19/12/2019 | 15h58
Alunos abrem cápsula do tempo e revelam memórias e sonhos para o futuro

Em 2015, muita coisa era diferente em comparação a 2019, isso é fato. A tecnologia começava a avançar mais rapidamente e o Estado de São Paulo, por exemplo, passava por uma crise hídrica. E explorar as mudanças ao longo de quatro anos foi o objetivo de uma turma de alunos do Ceief Prof. Deovaldo Teixeira de Carvalho. A maneira como eles encontraram de fazer isso? Enterrar uma cápsula do tempo nos jardins da escola, em 2015, quando estavam no 5º ano e encerravam um ciclo de suas vidas.

Hoje (19), foi a data que eles marcaram para abrir a cápsula. E o que encontraram foram memórias, objetos que os marcaram na época, fotos e cartas que escreveram sobre seus sonhos para o futuro. A ideia surgiu da professora da turma na época, Karen Priscilla Torres, que ainda leciona na unidade e recebeu os alunos, depois de quatro anos, emocionada. Até porque, muitos deles começaram desde o primeiro ano e o quinto ano foi o momento de despedida, já que eles foram transferidos para outras unidades.

Karen e a coordenadora da unidade, a professora Ana Karina Torres, explicaram que a ideia era que eles colocassem na cápsula do tempo coisas simbólicas que os marcaram na escola ou nas suas vidas pessoais. “Nós também propusemos que eles escrevessem como eles achavam que seriam as coisas dali a quatro anos, as perspectivas para o futuro e as mudanças que eles esperavam”, comentaram. Segundo elas, o próprio corpo docente da escola também teve mudanças. “É uma forma de resgatar as lembranças.”

Rebeca Vitória de Santana, 15, deixou na sua cartinha o desejo de um mundo melhor, tanto na política como economicamente. A menina de 11 anos, na época, queria que as pessoas tivessem uma vida melhor, e também sonhava com uma faculdade em enfermagem – duas coisas que ainda espera e busca. “Eu também queria que meus amigos fossem pessoas do bem e tivessem sucesso na vida”, citou. Na cápsula, Rebeca enterrou um brinquedo e uma borracha.

Já Isabelly Cristini Pitioti, quando tinha 10 anos, queria fazer uma festa de 15 anos, com tudo que tinha direito – e foi o que escreveu em sua carta. Mas agora, aos 14 anos, já mudou de ideia. “Acho que amadureci bastante, meu pensamento mudou. Hoje penso em uma faculdade de medicina, na pediatria, ou jornalismo, pois gosto de escrever”, contou. Para ela, a ideia da cápsula foi boa por permitir a reunião com os antigos colegas. “Seria interessante se outras escolas fizessem ações como essa, pois é bem legal.”

De 2015 a 2019 pode ser muito tempo, como para Matheus Aranda, 15 anos, que não lembrava bem o que ele colocou na cápsula do tempo. Mas o que escreveu em sua carta, ele sabia de cabeça: “O meu sonho, aos 11 anos, era orgulhar minha mãe, melhorar minhas notas na escola, me esforçar mais e poder entrar numa escola de futebol. Muita coisa mudou”, explicou. A escola de futebol não se concretizou, mas as notas melhoraram.

Segundo Ana Karina, o objetivo principal da iniciativa era que os alunos entendessem a importância do tempo e as mudanças deles, enquanto pessoas, e da sociedade que os rodeia. A abertura da cápsula do tempo foi acompanhada pelos alunos que a enterraram, familiares e os funcionários da unidade escolar. “Essa foi uma experiência e vimos que deu certo”, comentou Karen. Agora, a escola estudará como replicar a ideia nos próximos anos.

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