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SAÚDE E CULTURA
Palestras e oficinas marcam Dia da Consciência Negra em UBS
19/11/2019 | 16h41
Palestras e oficinas marcam Dia da Consciência Negra em UBS

O Dia da Consciência Negra serviu de inspiração para que a Unidade Básica de Saúde do Pq. Residencial Aeroporto - ligada à Prefeitura de Limeira – promovesse nesta terça-feira (19) uma série de atividades que uniram saúde e cultura da população negra. Durante o período da manhã, pacientes e comunidade local participaram de palestras, oficinas e sessão de contação de histórias.

Na área de saúde, a chefe da Divisão de Controle de Zoonoses e integrante do Comitê Técnico de Saúde da População Negra, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, falou sobre a anemia falciforme. De ordem genética, a doença é caracterizada por alterações nos glóbulos vermelhos, que perdem a elasticidade, ocasionando entupimentos (trombos) e muitas dores. Já a técnica de enfermagem Aline Raquel Ferreira, abordou a temática da violência contra a mulher.

As crianças foram recepcionadas com uma sessão de contação de histórias, coordenada por Maria Beatriz dos Santos, e também participaram de uma oficina de desenhos, com o artista de rua Jhonatan Henrique, conhecido como “Jhoninha Art”. Residente no Parque Hipólito, Jhoninha disse que passou a se interessar pelo universo artístico ainda na infância, quando visitou a casa da pintora modernista Tarsila do Amaral, em Capivari.

“Eu estudava na escola municipal Benedicta de Toledo, e durante um ano inteiro, fizemos trabalhos relacionados às obras da pintora”, disse o artista. Além da arte de rua, ele faz esculturas com materiais reciclados e pinturas em “art Decor”, seguindo um estilo mais abstrato. “Achei o máximo, essa e outras ações realizadas no município. É crescente a visibilidade da cultura negra, mas ainda é preciso mais incentivo”, frisou Jhoninha.

Ainda na área cultural, Jéssica Aparecida reuniu todas as cores da África em uma oficina de turbante. Usuária da UBS, Jéssica disse que começou a atividade há apenas seis meses, como forma de superar a depressão e os problemas de saúde da mãe. Os tecidos para o trabalho vêm diretamente do continente africano, trazidos por amigos que moram ou viajam para lá.

Jéssica contou que na cultura africana, os turbantes não são apenas ornamentos, possuem significado religioso e estão ligados aos orixás. “Há vários modelos de turbantes, nó, tiara, aramado, rainha. Quanto mais importante o orixá, maior o tamanho do lenço usado no turbante, alguns têm mais de 45 metros”, disse. Ela relatou que cada orixá tem sua cor, que também é identificada na tonalidade do tecido.

Paralelamente à religião, ela esclareceu que os turbantes também são elementos de valorização da autoestima das mulheres, de empoderamento. Sobre o evento na UBS, Jéssica disse que achou “maravilhosa” a iniciativa. “Ainda falta ao brasileiro conhecer mais sobre suas raízes africanas”, disse.

A enfermeira e coordenadora da unidade, Sueli Ferreira da Silva, ressaltou a importância das comemorações em torno do Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, e da oportunidade de divulgar informações de saúde para a população negra. “Nosso objetivo é proporcionar a melhoria da qualidade de vida. A saúde não é só curativa, temos de atuar também na prevenção”, frisou.

O Dia da Consciência Negra foi instituído pela Lei Nº 12.519 de 2011, como forma de homenagear Zumbi dos Palmares, um dos líderes da luta do negro contra a escravidão.

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