O acolhimento a pacientes em sofrimento mental na Atenção Básica foi tema de uma palestra ministrada terça-feira (20) pelo psiquiatra e coordenador de Saúde Mental da Divisão Regional de Saúde de Piracicaba (DRS-10), Francisco Drumond de Moura Neto. O evento foi realizado na Câmara Municipal de Limeira, sob coordenação da chefe de Especialidade da Secretaria de Saúde, Cássia Gracini, e contou com a presença de médicos que atuam na rede municipal, coordenadores de unidades de saúde e de integrantes do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família).
Moura Neto observou a crescente demanda por atendimentos na área de saúde mental e comentou sobre os fatores responsáveis pelo desencadeamento de transtornos psiquiátricos. Segundo o psiquiatra, 15% da população apresentam algum tipo de sofrimento mental leve. “A Atenção Básica deve estar preparada para atender esses casos”, frisou.
Para traçar um projeto terapêutico, ele disse que é preciso levar em conta os componentes sociais, familiares, genéticos e individuais de cada paciente. “Devemos olhar a singularidade humana”, afirmou. O emprego de estratégias para diminuir o uso de medicamentos e a adoção de práticas alternativas de tratamento, como a terapia comunitária, também foram questões abordadas pelo psiquiatra.
Responsável pela política de Saúde Mental em 26 cidades que integram a DRS 10, ele disse que ficou surpreso com a mobilização e a participação dos servidores municipais que atuam no segmento em Limeira. “Houve grande interesse pelo assunto. A pertinência dos questionamentos dos presentes demonstra que esses profissionais encaram com bastante seriedade a tarefa”, frisou.
Cassia afirmou que a capacitação foi “construtiva” por ter abordado questões relacionadas à Atenção Básica e à Atenção Psicossocial, além de apresentar formas resolutivas de atendimento. “A iniciativa abriu perspectivas para novas formas de tratamento compartilhadas entre essas duas áreas. Estamos no caminho certo, pois já desenvolvemos atividades alternativas de Promoção à Saúde, como as ações do Nasf”, concluiu.
