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Parceria para diagnóstico reforça atendimento ao autista
22/05/2017 | 16h35
Parceria para diagnóstico reforça atendimento ao autista

A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de Limeira, promoveu no último sábado (20), na Policlínica, uma ação para diagnosticar casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa foi voltada a 30 crianças, de 3 a 7 anos, sendo que os trabalhos envolveram 55 profissionais e alunos da Faculdade, além de integrantes da Secretaria de Saúde do município, ligados à Rede de Atenção Psicossocial. A medida atende política da nova administração para o autismo.

 

A metodologia empregada na avaliação consistiu em quatro etapas. Primeiramente, estudantes de medicina, sob supervisão de psiquiatras e residentes, realizaram um atendimento inicial para levantar o histórico da criança. Na sequência, uma equipe multiprofissional, formada por fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e enfermagem dava andamento a uma avaliação clínica da criança.

 

O trabalho prosseguia com uma sessão de 10 a 15 minutos de brincadeira, para que os profissionais observassem a capacidade de interação das crianças, bem como a resposta a estímulos. Na última fase, de “avaliação de repertório”, a criança recebia orientações para cumprir uma série de tarefas.

 

Segundo a coordenadora da Unidade de Referência em Transtornos do Espectro Autista, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Rosane Lowenthal, essas atividades irão nortear o plano terapêutico das crianças, caso o diagnóstico seja confirmado. “Esse trabalho é de grande importância para a região, pois estamos capacitando os profissionais da rede para que eles comecem a fazer essas avaliações”, ressaltou.

 

Paralelamente, ela comentou sobre a oportunidade oferecida aos estudantes da Faculdade. “Em termos didáticos, essa iniciativa foi uma experiência riquíssima para os alunos, pois eles acompanharam o caso do começo ao fim e puderam aprender in loco”, frisou. No mês passado, Rosane esteve na Câmara Municipal, onde participou de uma audiência pública sobre o novo modelo de atendimento ao autismo da prefeitura.

 

Encaminhamento

 

Todas as crianças avaliadas no sábado receberão um lado com a confirmação ou não de autismo. A chefe de Especialidade da Secretaria de Saúde, Cassia Gracini, esclareceu que os casos diagnosticados serão encaminhados ao programa de Educação Inclusiva do município. “Dependendo do grau de complexidade, a criança poderá ser acompanhada pelo Núcleo de Atenção ao Autista de Limeira”, frisou. Outro aspecto importante da iniciativa, comentado por Cássia, diz respeito à estruturação de uma rede de atenção integral ao autismo. “É importante ver outras formas de atendimento e trazer novos conhecimentos a nossa cidade.”

 

Aluna do quarto ano de Medicina, Fernanda Kochi comentou a relevância de participar do “mutirão de diagnóstico”, diante da carência de informações sobre o transtorno nas grades curriculares das universidades. “É um espaço maior para que os estudantes tenham contato com autismo e aprendam a lidar com as peculiaridades desses pacientes”, afirmou.

 

A estudante também observou que o diagnóstico do transtorno permite acesso aos serviços oferecidos pela prefeitura e estado. A opinião foi compartilhada pela mãe de uma das crianças atendidas. “Vou ver se minha filha realmente tem ou não autismo. Isso é muito bom, porque ela terá o tratamento correto”, disse.

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