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Tripé Saúde-Educação-Família reforça acolhimento a autista
19/04/2017 | 18h02
Tripé Saúde-Educação-Família reforça acolhimento a autista

 

O acolhimento ao paciente portador de Transtorno do Espectro Autista terá êxito a partir do funcionamento do tripé Saúde-Educação-Família. Quem faz esta análise é uma das mais conceituadas pesquisadoras que tratam do tema no Brasil, a professora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Rosane Lowenthal.

Rosane esteve na Câmara Municipal recentemente durante evento de audiência pública sobre o autismo, organizado pela Secretaria de Saúde. O encontro teve como finalidade principal divulgar um novo modelo de atendimento à pessoa que apresenta o transtorno.

O atendimento ao paciente autista está passando por transformações previstas a partir de estudos realizados pelo Ministério da Saúde desde 2011. O município, por meio da atual administração, vem fazendo a organização desse novo serviço.

Segundo Rosane, Limeira é uma das primeiras cidades a implantar o novo modelo. Ligada à Santa Casa de São Paulo, a especialista vem assessorando o Estado a respeito da criação deste novo formato junto a rede de municípios. “Evidente, que a novidade estabelece impactos para todos os envolvidos”, lembra.

De acordo com a professora de psiquiatria, até pouco tempo o “autista não estava em lugar algum”. Com o novo modelo, a aposta é na capacidade de organização no atendimento. Além das áreas de saúde e educação e da participação da família, o autista deve ser atendido também na assistência social e no esporte.

Rosane explica que os Caps (Centros de Atendimentos Psicossociais), incluindo os infantis e de adultos, devem ser um dos atores responsáveis nos serviços de saúde com o autista. Na área educacional, o desafio é a inclusão.

Na avaliação da professora, o maior desafio no acompanhamento do paciente autista é aquilo que ela define como “flutuação”. “A evolução pode vir rápida, mas a possibilidade de retroceder é muito grande”, observa. Nesse processo, lembra ela, a família é a parte essencial justamente por estar mais próxima do autista.

 

 

Município adota mudança e busca aprimorar modelo

 

A atual administração assumiu a gestão do município este ano com o firme propósito de implantação do novo modelo de atendimento ao paciente autista. Presente no evento, o secretário de Educação, André Luiz Francesco, informou sobre o processo de inclusão de alunos autistas na rede municipal. “Vamos de forma gradativa realizar a inclusão de uma forma muito mais ampla do que se tem visto”, declarou.

Benedita Aparecida Faustino Duarte, da Secretaria de Saúde, mencionou sua experiência no trabalho com autistas. Ela atende pacientes no Núcleo Saúde TEA. Ela atua há 11 anos com esse público. “Nosso propósito é desenvolver habilidades e estimular as pessoas que apresentam o transtorno”, explica. “Aprendo com eles. Não há maldade. Sou uma outra pessoa”, relata.

O secretário de Saúde, Gerson Hansen Martins, disse que o momento atual para o atendimento a esse público é de se “buscar a verdade”. Ele parabenizou o envolvimento dos funcionários da sua secretaria, responsáveis pela organização do evento.

O vice-prefeito, Dr. Júlio C. Pereira dos Santos, esteve no evento. Ele justificou a ausência do prefeito Mario Botion, que estava em compromissos externos. A primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Roberta Botion, também acompanhou a audiência pública.

 

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