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Plenária cria propostas para reduzir vulnerabilidade da mulher
29/03/2017 | 17h18
Plenária cria propostas para reduzir vulnerabilidade da mulher

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, em parceria com o Conselho Municipal de Saúde, realizaram nesta quarta-feira (29), na Câmara Municipal, a plenária “Saúde da Mulher de Limeira”. Durante o evento, foram elaboradas propostas que serão encaminhadas à Etapa Macrorregional da Conferência Estadual de Saúde da Mulher, marcada para os dias 4 e 5 de abril, em Piracicaba.

 A presidente do Fundo Social de Solidariedade e primeira-dama Roberta Franceschi Botion ressaltou a importância da iniciativa, que recebeu a participação de aproximadamente 140 pessoas, entre representantes do Executivo, do Legislativo, de entidades, ONGs e demais instituições. “Hoje ainda vivemos em uma sociedade que não está preparada para atender todas as necessidades das mulheres. Por isso um evento que se propõe a dar diretrizes à política de atenção integral à saúde da mulher é tão relevante”.

 

Fazendo uma abordagem histórica sobre a luta pelos direitos das mulheres, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Kátia Cirelli, relembrou a 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, que serviu de base para os direitos básicos à saúde previstos na Constituição Brasileira de 1988. “Nesses últimos 30 anos, muitas conquistas ocorreram, mas ainda precisamos avançar. A mulher precisa ter voz, presença e participar dessa conferência é um aprendizado”, afirmou.

 

A enfermeira e especialista em Saúde da Mulher, Obstetrícia e Neonatologia, Elizângela Pereira Bueno, que coordena o Centro de Saúde da Família Nossa Senhora das Dores 1, falou sobre o 'eixo três': Vulnerabilidade nos Ciclos de Vida das Mulheres, na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres. Ela observou que a abordagem de gênero é fundamental na reflexão sobre as diferentes vulnerabilidades a que as mulheres estão sujeitas. “É necessário considerar questões sociais e culturais, como classe social, raça, etnia, geração, orientação sexual, identidade de gênero, deficiências, entre outros fatores”, disse.

 

Na segunda etapa da plenária, houve a formação de cinco grupos para discussão de políticas públicas. Os trabalhos contaram com a participação das vereadoras Erika Tank (PR), Carolina Pontes (PSDB), Lu Bogo (PR) e Constância Dutra (PDT). Houve grande diversidade de propostas, que variaram desde aumento do período de licença maternidade até garantia de direito ao parto humanizado e aos métodos contraceptivos.

 

A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Silvia Della Riva avaliou positivamente o resultado da plenária. “O envolvimento de diversos segmentos contribuiu para o debate em torno de políticas públicas para o setor”, afirmou. Ao final, houve a escolha de duas mulheres para representar Limeira na próxima fase, Elizângela Pereira Bueno e Eliza Gabriel da Costa, que é presidente do Comicin (Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro).

 

Conheça algumas das propostas apresentadas:

- elaboração de uma política de educação permanente em saúde, que objetive a atualização dos serviços disponíveis na rede pública;

- adoção de ações educativas e preventivas que possam promover mudanças culturais;

- trabalhar o empoderamento das mulheres para que elas tenham pleno conhecimento de seus direitos;

- aumento do período de licença maternidade na iniciativa privada ( de quatro para seis meses), a fim de estimular o aleitamento materno;

- oferecer acolhimento, atendimento humanizado e escuta de qualidade nos serviços de saúde;

- garantir o direito ao parto humanizado e aos métodos contraceptivos;

- fomentar a discussão sobre a regulamentação do aborto;

- criação de comitê técnico especializado no atendimento à travestis e transexuais, tendo como referência o Ambulatório de Travestis e Transexuais de São Paulo;

- organizar centros de saúde de idosos;

- facilitar acesso à saúde de mulheres assentadas ou acampadas;

- conscientização das mulheres sobre todas as formas de violência;

- criação de consultórios de rua;

- implantação de estrutura para coleta de exames e atendimento à mulher deficiente;

- orientar as mulheres quanto aos seus direitos sexuais e reprodutivos;

 

 

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