“Dignidade Íntima” é o tema da palestra que marcou nesta sexta-feira (4) o início de uma ação entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) Graminha e a Escola Estadual Jd. Paineiras, em Limeira. O tema será abordado todas as sextas-feiras de março, com alunas de 10 a 16 anos. Hoje foi a vez das estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, que ganharam um kit com absorventes.
A enfermeira e coordenadora da UBS Graminha, Carina Opsfelder Baptistella, contou que a iniciativa é um desdobramento do curso “Linha de Cuidado para a Saúde na Adolescência e Juventude para o Sistema Único de Saúde no Estado de São Paulo”, oferecido pela Unifesp. Ela relatou que o curso faz parte de uma política pública voltada aos adolescentes, que visa a capacitação e atualização dos profissionais das unidades de saúde. “A ideia é trabalhar esses temas com o público adolescente”, comentou.
Para tanto, Carina relembra que o primeiro passo foi colocar uma “caixa de sugestões” na escola, em que as alunas poderiam propor temas para serem abordados pela equipe da UBS. “A questão da dignidade íntima foi a primeira a ser escolhida pelas adolescentes”, disse.
Além de Carina, a palestra foi ministrada pela assistente social Andreza Daniela Costa, que também fez o curso da Unifesp. Na conversa com as alunas, foram abordados aspectos como o ciclo menstrual, higiene íntima e uso correto de absorventes. “São assuntos que, muitas vezes, as meninas não têm com quem conversar ”, observou Carina. “Precisamos quebrar esse tabu relacionado à menstruação, que é algo normal na vida da mulher”, completou.
A professora de Arte Roseli de Paula Silva, que até o ano passado coordenava o Ensino Fundamental da escola, endossou a afirmação da enfermeira. “Boa parte das adolescentes não encontra espaço para discutir esses assuntos dentro de casa. Essa iniciativa é uma oportunidade para que elas possam receber informação de qualidade e tirar as dúvidas”, frisou ao lado da coordenadora atual, Maria Auxiliadora de Medeiros Amaral.
Dentre as alunas que assistiram à palestra estava Laila Magalhães Silva, de 13 anos. Ela afirmou que achou “interessante” o tema. “Muita gente não gosta de falar sobre esse assunto”, disse. Outra colega, Bruna Cabral, da mesma idade, também gostou da iniciativa. “É importante esse tipo de discussão”, comentou.